
Navegar na memória e recordar-se dos professores que ajudaram a forjar nossa formação. Um exercício simples, mas que revela porque certos professores se tornaram referências.
Ao pensarmos em mestres inesquecíveis, costumamos esquecer as referências próximas e mergulharmos na história. E então, deparamos o panteão onde figuram mestres como: Confúcio, Pitágoras, Sócrates, Aristóteles, Platão, Pascal, entre outros.
Mas, e se pulássemos da História para a vida, quem entraria na galeria de mestres? Que professores seriam lanternas iluminando pensamentos? Quem aguçaria inteligências e instigaria a fome da compreensão?
Cada pessoa tem uma seleção particular em razão de atributos que, segundo julgamento pessoal, definem o que seja um mestre incomparável.
Assim, há quem consagre educadores pelas virtudes que inspiram; outros recordam dos professores capazes de dar explicações estimulantes. Existem os que gravam na lembrança, quem reveste de eloquência a lição ensinada; há quem se encante com os educadores com fogo na alma que incendeiam o desejo de aprender.
Os educandos costumam não esquecer, também, os professores determinados a fomentar no aprendiz o desejo do livre pensar; e os que têm brilho próprio e cujos ensinamentos parecem fogos de artifício na festa do saber.
De fato, cada um desses atributos compõe um repertório de competências que podem levar um professor a se tornar referência indelével.
Mas esses atributos não são dons. Eles derivam da consciência do mestre de que as trocas e relações definem o alcance da influência de quem ensina. Além disso, essas competências não costumam aflorar em quem esquece de que não há mestre sem aprendizes.
É essa consciência que dá a clareza de que a eficácia do ensino envolve mais do que atos de racionalidade técnica. Pede habilidade relacional e disposição empática.
Repare e verá. Ensinar é, sobretudo, operar a magia do encontro das fomes de ensinar e de aprender e desse modo, só se fixa na condição de mestre quem sabe que os a qualidade dos intercâmbios humanos define o alcance de sua influência.
E como operar essa magia do encontro pedagógico?
Algumas habilidade e atitudes são imprescindíveis: ouvir e ser ouvido; encorajar a participação; valorizar o entusiasmo; estimular os que se ‘ausentam’; integrar os quase desistentes; reconhecer a dedicação; apoiar o esforço; amparar os que encontram mais obstáculos no caminho que leva à aprendizagem; encantar; impulsionar à experimentação; aproveitar os achados contidos nos erros.
Enfim, assumir postura de acolhimento, proximidade e disponibilidade para o diálogo.