
Examinando a trajetória de pessoas notáveis é perceptível o fato de essas personalidades reverenciarem biografias exemplares e nutrirem reverência aos mais velhos como fonte de exemplos. E a fidelidade aos ideais dos antepassados e orgulho do legado das lutas e sacrifícios dos ancestrais é outra marca dos que buscam construir uma história de vida digna de deixar à sua descendência, exemplos edificantes.
Saber se apropriar da inspiração e da força que vêm dos grandes exemplos, tudo indica, é signo e fonte de sapiência.
Não é fortuito que a humanidade no momentos críticos ou dilemáticos tem invocado o modelo de vida de figuras históricas consagradas pelas lutas por igualdade e liberdade. As palavras de Abraham Lincoln, Martin Luther King, Ghandi, só para citar alguns, têm povoado os apelos dos que inspiram pessoas para escolhas promotoras da condição humana e pautados em valores universais como respeito, dignidade e zelo pela vida.
É necessário lembramos que nossos ancestrais foram firmando visões e abrindo veredas para que pudéssemos continuar a caminhada com menores percalços e vicissitudes. Sobretudo é preciso incorporar com gratidão e humildade o espírito de serviço e a grandeza dos que se dispõem a dar tudo de si nas tarefas mais difíceis para que seus semelhantes possam colher frutos mais doces e realizar escolhas mais dignas.
O sucesso nunca é construído solitariamente. Ele é lavoura bem sucedida dos que têm disposição para buscar inspiração em pessoas que admiram e que consideram maiores que eles próprios. Se olharmos para a História veremos que os exemplos de dignidade, força e simplicidade que têm nutrido a ação de gênios, empreendedores e benfeitores são lições bem aprendidas por quem cultivou a atitude de reverenciar e se apropriar dos exemplos de forma robusta.
Por tudo isso, é sempre bom parar e refletir sobre nossa disposição de ânimo e abertura de espírito para incorporarmos exemplos à nossa trajetória para inspirar grandeza às nossas vidas . Algumas perguntas podem ser orientadoras dessa reflexão: sabemos quais os propósitos que embalam ou embalaram nossos pais, avós, antepassados sanguíneos ou históricos? Buscamos conhecer os sacrifícios dos vultos históricos que lutaram para firmar a autodeterminação do nosso país? Incorporamos a força do exemplo e a reverência aos mais velhos como colunas na educação de nossos filhos?
É fato que o ser humano aprende muito por mimetismo ou seja, pela imitação dos seus pares. E quando imitamos, podemos adotar modelos bons e ruins. É comum presenciar a ruína de pessoas que se limitam a reproduzir comportamentos desesperados ou desestruturantes .
Esses indivíduos, talvez não consigam romper e sair do circuito estreito do imediatismo. Eles não conseguem contrapor a um cotidiano sem perspectivas, um olhar para além da rotina e enxergar que são continuação de percursos inspiradores de força, dignidade e grandeza que possibilitaram sua existência.
Quantas dessas pessoas se pudessem contar com o amparo de uma boa referência, não incorporariam o espírito duradouro da vontade de realizar um propósito e conseguiriam recomeçar e construir experiências edificantes?
Somos seres de desejo e direção, o que nos leva a perseguir objetivos, a construir sonhos. Mas também somos seres de desamparo. Precisamos de referências para sentir que não estaremos sozinhos quando fraquejarmos ou vacilarmos.
O exemplo é fonte de amparo. Com um bom exemplo na memória estamos bem acompanhados. Não é à toa que na hora decisiva, o atleta lembra as grandes marcas conquistadas por seus ídolos e é capaz de superá-los. Ele segue alimentado pela certeza de que outros já experimentaram os percalços do caminho. Então é possível imitá-los e buscar superação.
Outro dia, no supermercado, vi um jovem casal e seu pequeno filho. A criança fazia birra, rolava no chão e vociferava palavras de ofensa. Queria que fosse comprado algo não recomendado para ele. Os pais, sob olhares reprovadores, tentavam minimizar a cena. Mas era possível ver que estavam desnorteados quanto ao seu papel. Incapazes de exercer influência positiva sobre o pequeno.
Somos os exemplos e a orientação mais presentes na vida dos filhos. Mas, hoje, é comum perceber que, com medo de agirmos de forma repressiva, condenamos nossos filhos ao desamparo da falta de limites e referências dados com amor e respeito. O que não compreendemos é que o poder permeia as relações humanas e toda relação educativa é uma relação de poder.
Quando deixamos nossos filhos sem orientação e sem limites, estamos exercendo o poder de agentes educadores da pior forma. Delegamos esse poder a seres incapazes de exercê-lo de forma sensata. É uma inversão que nega o próprio sentido da educação. Na cena do supermercado, o filho exercia poder manipulatório sobre pais perdidos quanto à sua verdadeira função.
A vida é uma teia. Tudo está interligado. Quando esquecemos isso, cortamos nossa ligação com as referências e esquecemos dos papéis que desempenhamos: pais, profissionais, amigos, membros de uma sociedade. E não tem saída. Ficamos desamparados.
E então, a alternativa é agir como o menininho do supermercado.
Ele aprendeu que ao desejar algo não precisará conquistar ou abrir mão se for o mais sensato e responsável; bastará espernear, chutar alguém e seu objetivo será concedido. O que nós pais não percebemos, muitas vezes, é que o imediatismo não forma construtores de sonhos e vitória.
Somente, honrando e dignificando bons exemplos, incorporamos os valores do respeito, da convivência e da responsabilidade a serviço do projeto humano na terra que vem sendo tecido, na caminhada do homem, desde o primeiro passo.
Somos todos parte disso.
Oi Lidu,
Parabéns! Os artigos são excelentes.
Ao ler este último, fui lembrandos dos exemplos que tive de pessoas de minha família (mãe, avós, tios e tias) e que me auxiliaram a agir observando determinados valores. No trabalho também tive a oportunidade de conviver com colegas de conduta exemplar, nos quais busquei inspiração.
Sei que ainda tenho muito a aprender, por isso procuro me manter atenta aos bons exemplos e procuro, dentro de minha limitações, tirar deles algum aprendizado.
Falando em exemplos, parabéns mais uma vez pelo belo exemplo em construir o blog e compartilhar teu conhecimento e reflexões. Só faz isso quem tem amor pelo próximo no coração.
beijo,
kuki
Oi D. Liduína!!
Bons exemplos sempre nos fazem refletir se estamos fazendo o melhor do melhor que podemos ser.
Leitura inspiradora no seu mais amplo significado!
Obrigada!
Beijo no coração!!
Amanda,
Realmente. Obrigada pelo carinho do comentário.
Liduina,
Você é um grande exemplo!
Lidu, seu texto sobre o exemplo me faz sentir extremamente orgulhosa em ter você como amiga e exemplo para mim. Durante o período em que trabalhamos bem próximas em Brasília pude perceber o quanto você é especial.
Blogs como o seu são uma inspiração para que saiamos de nosso comodismo e nos coloquemos à disposição do outro, para construirmos um mundo melhor.
Sei que ainda tenho muito para aprender, mas esta lição eu já internalizei: devemos sempre olhar para os bons exemplos para nos inspirarmos a ser pessoas melhores.
Obrigada pela amizade.
Nara
Oi Liduína,
Essa reflexão é muito interessante, pois me faz lembrar que em várias situações, procuro me espelhar em alguém que admiro, e assim seguir exemplos de pessoas que conseguem vencer os obstáculos da vida. E se os nossos exemplos de vida atingem o sucesso, qualquer um com a mesma força de vontade irá chegar tão longe quanto. No entanto, tudo isso não é apenas para se destacar entre as pessoas, pelo contrário, é para nos sentirmos pessoas melhores a cada dia e com um único objetivo… SER FELIZ.
Ianna.
Ianna,
Realmente, suas palavras são pertinentes. Hoje, todos confundem ser bem-sucedido com fama. se destacar seria uma conseqüência, mas realmente, isso não passou pela minha cabeça, quando escrevi o texto.
Falo de usarmos os exemplos para construirmos um processo civilizatório digno, edificante para o seu humano, para o universo, para Deus emfim.
Se você ler o primeiro texto publicado (Quero vencer….) no blog verá que para o blog do triunfo, ter sucesso, se destacar passa por outra ordem de valores.
Venero os exemplos de meus antepassados, amo o exemplos de meus familiares e respeito e agradeço os exemplos dos amigos e contemporâneos. Pessoas que em algum nível dividem o cotidiano, a vida familiar e dão exemplos. Como o seu, por exemplo. De alguém batalhadora, com um objetivo na mente e disposição de ânimo para vencer os obstáculos.
Exemplo é a palavra-chave.
É interessante observar pais dizendo aos filhos que mentir é errado mas ao tocar o telefone escutamos aquele “diz que eu não estou”. Roubar é errado, mas são os primeiros a se apropriar do que não lhes pertence ou usufruir do patrimônio público – ou mesmo de empresas privadas – para benefício pessoal.
Nos tempos áureos do império romano, os pais davam os filhos para serem educados pelos mais sábios. Com isso conseguiam dois grandes feitos: os filhos eram educados por pessoas que sabiam como fazê-lo e, ao mesmo tempo, perdiam a noção de “meu” filho e “teu” filho. Todos eram pais e todos eram filhos: uma grande família, onde agora havia “nosso” filho.
Lidu,
Comecei a ler os artigos do blog e estou amando.
Os artigos vão ao encontro do trabalho que faço com os jovens aqui no Parajuru. Aqui o nosso grupo busca uma educação mais íntegra de valores e a partir da consciência da necessidade da disciplina para o estudo e a compreensão da aplicação dos valores na vida surge a esperança dos destaques na vida.
Aqui nós também usamos os exemplos, os dos grandes feitos históricos e os dos conterrâneos para facilitar mais a caminhada, e tornar possível ser o cidadão e conquistar seu espaço.
Beijos,
Ha! me aposentarei em 01.07.2014 Graças a Deus.
Sônia Gomes