
Começa a noite de domingo. E em algumas pessoas vai se instalando uma ansiedade difusa. Certa desesperança quanto ao que traz o novo ciclo. E parece cada vez mais comum esse desassossego ante o prenúncio da nova semana.
Mas se a segunda-feira é recomeço, um ciclo que se abre em desafios e possibilidades, essa perspectiva sombria não parece sem sentido?
É natural que, de vez em quando, experimentemos certa apreensão frente a um tempo novo. Ás vezes, somos acometidos de sentimentos de vulnerabilidade diante das obrigações a cumprir. Surgem dúvidas: as tarefas a realizar são factíveis? Reúno condições para enfrentá-las com competência?
Diante dessa ocasional sensação de desamparo ou vulnerabilidade, o que fazer? O que pode ser feito para ultrapassar os sentimentos negativos. Como adotar postura afirmativa diante das possibilidades que o novo calendário traz?
A saída, talvez, seja entrar em contato com o que nos fortalece. Enxergar o melhor de nossa autoimagem pode ajudar a nos percebermos como seres capazes de enfrentar os desafios que se descortinam. E, isso pode nos levar a receber o presente do dia que chega com lentes realistas, mas esperançosas. A segunda-feira tem sido condenada como o tempo do sacrifício. O território da não-possibilidade de ser feliz. Mas, quantas notícias boas foram recebidas em pleno “cinza” da segunda-feira?
Começar bem é favorecer o êxito. Quando nos decidimos a começar bem algo que precisamos realizar aumentamos a perspectiva de sucesso. E para começar bem, ajuda muito estar comprometido. Goethe dizia: “quando nos comprometemos com algo, o cosmo nos ajuda, realiza junto”.
Recomeçar. Mas se o bom princípio é uma vantagem, também não significa que um início ruim será a condenação ao fracasso. Podemos atualizar atitudes. Mudar o foco. Recomeçar com a vantagem de saber que estaremos atentos a tropeços e determinados a reiniciar com vigor. Ghandi dizia: “Não podemos alterar o começo, mas é sempre possível recomeçar e construir um novo final.”. A frase do líder pacifista pode ser antídoto a possível desânimo que nos acometa diante das segundas-feiras.
O sentido do trabalho e as mudanças. Talvez visualizemos a segunda-feira de uma perspectiva negativista pela forma como percebemos o ato de trabalhar e a sentimentos de insegurança que nutrimos quanto à possibilidade de mudança.
O pensamento ocidental tem ligado o trabalho a experiências de sofrimento e sacrifício. Mas podemos ressignificar seu sentido. Ter uma visão mais realista do que é ter uma ocupação. A dificuldade de sairmos da situação de estabilidade e conforto do fim-de-semana para “virarmos a chave” para as atividades da semana, o desafio de encarar as mudanças entre essas duas situações também explicar certa aversão pela segunda-feira.
Movimento permanente. A realidade está em constante fluxo. Muitos ciclos compõem a vida. Basta olhar a natureza. As fases da vida. A semana é um desses ciclos. É o jeito como o calendário da vida ativa foi estabelecido. Um dia talvez mudemos isso, mas por enquanto, para quem está vivo, a segunda-feira é inexorável.
Nossa vida é uma coleção de segundas-feiras. Diante do inexorável, há duas opções: o amargor, trabalhar maldizendo o ofício, conviver pulverizando mal-estar no ambiente. Ou escolher por disposição de ânimo afirmativa e receber a segunda-feira como um presente, a confirmação de que estamos vivos e dispostos a participar do jogo da vida.
A segunda-feira começa no domingo. Cuidar do fim-de-semana é otimo jeito de preparar-se para uma boa semana. Dedicar-se a atividades sem pressão de prazo. Conviver. Inventar momentos agradáveis com e para quem amamos. Reservar tempo para nós mesmos, curtir o prazer da própria companhia.
Reequilibrar-se. Aristóteles ensinava: “O caminho da felicidade é o equilíbrio”. O final de semana é o tempo de reequilibrar energia, forças, sentimentos. Os excessos não ajudam a encontrar equilíbrio. Alimentação saudável. Sair da rotina sem exageros que descompensem o ritmo mais saudável ajuda a seguir o ensinamento aristotélico.
Discurso interno. O escritor indiano, Aravind Adiga diz que: “É difícil um homem mergulhado na lama cheirar bem”. Ele parece dizer que é impossível a alguém imerso em pensamentos ruins ter visão afirmativa da própria experiência.
Verbo conjugado no presente. Cada um de nós tem seu próprio discurso interno. Ele alimenta a forma como percebemos e agimos. Por isso, é essencial manter bom astral. Lembrar, o que diz o verso musical do compositor Tony Garrido: “Todo verbo que é forte se conjuga no presente”.
Sem se importar com o tempo do calendário, lembre-se: o tempo é hoje e a esperança é sempre. Seja!

Lidu
como sempre observacoes extremamente pertinentes.
Todos devíamos agradecer todas as segundas por temos tido mais um fim de semana para relaxar, ter a oportunidade de fazer o que quisermos e ter tido esse tempo para quem amamos e para nós mesmos.
Que venha a próxima segunda hehehe!!!
Abraços!
Lidu,
Confesso que tenho sido bastante resistente as “segundas-feiras” há algum tempo. Um sentimento mesmo de “humm…segunda-feira outra vez..? Não sei se é por que gostaría de fazer tantas coisas no final de semana e este acaba passando tão depressa (sim, o que é bom dura pouco rsrsrs) que a sensação acaba sendo esta mesmo, lá vem a segunda de novo!
Suas dicas e os cuidados para aproveitar o final de semana foram ótimos. Vou procurar lembrar para sofrer menos no domingo…
Um grande beijo!!!!!!!!